Do meu caracter

27 de maio de 2012

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Para aí três vezes por dia dá-me vontade de rumar em direcção a uma vida com mais sentido, ainda que o conceito de “sentido” nem sempre seja fácil de definir. Sinto falta do contemplar, do quieto da observação e dos acordes que, cá por dentro, esse exercício fazia dedilhar. Sinto falta de reconhecer a beleza nas pessoas, de as olhar sem preconceitos nem juízos de valor grosso modo rudes e absolutamente desnecessários. Sinto falta do cinzel que sempre tinha à mão na intenção de me moldar, acertar, num carácter mais justo e sereno. Mais nobre. Sinto falta do silêncio.
Não sei se nenhuma substância se espreme de tudo quanto é absurdo na rotina - ultimamente não lhe tenho procurado o tutano - só sei que a rispidez dos nossos rostos, os nossos olhos alerta, os nossos sorrisos forçados estão nos antípodas das imagens de contida satisfação com que ainda sonho.

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