Só por hoje não ficaria a ver-te ao longe, inibindo o
movimento natural do corpo em tua direcção. Só por hoje calaria a irritante
racionalidade e não daria ouvidos ao cuidado de não te deixar perturbada com a
intenção de quereres que te levasse para casa. Só por hoje galgaria os passos
que nos separavam – tão poucos - e apoiaria o teu braço na subida para a
ambulância e olharia fundo, fundo, tão fundo nos teus olhos; não porque hoje
sei que seria a última vez que te teria a olhar para mim mas porque por acção
de alguma capacidade mágica até então desconhecida eu seria capaz de comunicar
com o que de ti ainda existia em ti e tu, porque eu te chamava, porque eu te
chamava!, jamais partirias.
Sting - Why Should I Cry For You
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ResponderEliminarnem sempre comunicar é fácil
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penso que percebi o que disseste e fizeste-me pensar
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digo mais, comunicar é difícil
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há barreiras com as quais crescemos que são praticamente intransponíveis,
há gestos contidos que não se exteriorizam porque não fomos habituados a mostrá-los com determinadas pessoas
...
sim, fizeste-me pensar
...
Um abraço
:) Sim, entendo o que dizes e pensando nisso é verdade. Há gestos e exercícios de comunicação que são extremamente difíceis com determinadas pessoas e que nos infligem contradição e sofrimento. Mas também há surpresas. Coisas que o tempo e a experiência mudam nas pessoas e as transformam e tornam mais acessíveis ou a nós mais corajosos e menos dependentes do seu julgamento. Either way... é complicado. :)
EliminarNo caso particular do meu post, esta contagem decrescente que tem término a 18 de Setembro, não vem na consequência do que ficou por dizer ou por fazer - se bem que essa sensação sobra sempre - mas nesta tímida tentativa de domar o espanto de que ainda me acometo perante a constatação da morte. :)