Do um quarto para duas, vem o repto para se responder à
pergunta "Qual o livro que indicaria para alguém começar a ler?" e, claro,
aceita-se.
E é complicado responder… sobretudo quando o que é bom para
nós pode não o ser para outros e quando a leitura é uma experiência pessoal e
muitas vezes intransmissível. Mas tentemos.
In the line of duty costumo aconselhar muito o Gerónimo Stilton às crianças que nem por isso têm hábitos de leitura. São livros com ilustrações divertidas, histórias engraçadas, onde o próprio texto acaba por ser uma brincadeira uma vez que as palavras são escritas com tamanhos diferentes, com cores diferentes e com diferentes tipos de letras. Uma paródia pegada. Daí as crianças transitam normalmente para “Os Cinco”, para “As Gémeas”… para o “O Diário de um Banana”… and so on. O importante é ler, ganhar hábitos de leitura. A procura por livros com mais "qualidade" e mais exigentes acaba por acontecer naturalmente quando a criança é incentivada a ler.
In the line of duty costumo aconselhar muito o Gerónimo Stilton às crianças que nem por isso têm hábitos de leitura. São livros com ilustrações divertidas, histórias engraçadas, onde o próprio texto acaba por ser uma brincadeira uma vez que as palavras são escritas com tamanhos diferentes, com cores diferentes e com diferentes tipos de letras. Uma paródia pegada. Daí as crianças transitam normalmente para “Os Cinco”, para “As Gémeas”… para o “O Diário de um Banana”… and so on. O importante é ler, ganhar hábitos de leitura. A procura por livros com mais "qualidade" e mais exigentes acaba por acontecer naturalmente quando a criança é incentivada a ler.
Pessoalmente, um livro que aconselharia um adulto a ler
seria “O Leitor” de Bernhard Schlink. É um livro pequeno, por isso não custa
muito a ler nem demora muito a ler – isto para os que se assustam com o tamanho
dos livros – e é um livro que, apesar de pequeno, consegue ser grande na
mensagem que passa. Foi uma história que me deu um murro no estômago e que, por
isso, permanece em mim com todo o seu esplendor e surpresa. É um livro que nos
traz uma nova luz sobre os acontecimentos do Holocausto e sobre quem esteve
envolvido nele de forma indirecta (se é que há formas indirectas de
envolvimento). É um livro que reflecte sobre o conceito da culpa, neste caso
colectiva, sentida ou imposta, da geração alemã do pós-guerra e sobre a forma
como ela condenou ou absolveu os predecessores. E é um livro sobre uma mulher e
a ironia das suas circunstancias. E sobre leitores e leituras. E aqui pisco o
olho.
E sim, existe o filme mas, como quase sempre, ficou muito –
mas mesmo muito – aquém do livro.
Passa-se o desafio a quem o quiser e/ou lhe apetecer
apanhar.