O Papa resigna e eu só posso aplaudir essa decisão. Em
primeiro lugar porque é inadmissível que, no tempo que corre, se permita que
pessoas da idade dele sejam expostas à violência deste cargo; João Paulo II
deveria ter sido poupado ao triste espectáculo do seu fim de vida. Em segundo
lugar porque, a haver tomates, no
próximo conclave será escolhido um Papa substancialmente mais novo e mais desta
era, mais deste mundo e com uma perspectiva da vida e do futuro mais de acordo
– de preferência em consonância – com o seu rebanho.
Ainda assim, tudo é possível e não me espantaria se
tivéssemos mais do mesmo. Mas, como dizia a minha mulher, elevando a espátula
de virar hambúrgueres, “precisamos de um novo concilio!!!”.
Precisamos. Precisamos de uma nova tomada de posição, de uma
alteração de dogmas, de uma igreja que acompanhe os fiéis e não se deixe ficar
para trás. Precisamos que o Vaticano trema e que lhe seja limpo o pó e as
ideias. Precisamos que a Igreja se abra ao mundo, se abra à vida em todas as
suas múltiplas possibilidades e precisamos que defenda a vida e seja
abertamente inclusiva.
Mas… a ver vamos.