Ouvir Apparat será sempre uma experiência
embrulhada em emoções contraditórias. Está impregnado de ti que mo deste a
conhecer e impregnado de perda porque foi a banda sonora dos dias que precederam
a partida da minha mãe. Talvez por isso signifique para mim a vida e os seus
extremos e aquilo que de entremeio se lhe queda e que sou eu.
Parece que esta altura o pede sempre para
ouvir. Só um pouquinho de cada vez. Todos os anos se inicia em mim esta espécie de contagem
decrescente e já não tento contraria-la. Faz parte. É como se, tendo presente
os dias e os momentos, pudesse tocar-me o ombro, o meu ombro de então, e me
pudesse dizer baixinho ao ouvido: “Tem calma. Vais conseguir sobreviver a isto”.