Depois de ter visto no facebook “keep calm
que eu sou de...” todo o lado, apareceu ontem o meu Keep Calm que eu sou da Fontelonga.
A Fontelonga é, básicamente a aldeia mais bela do mundo, perdida ali entre os
limites da Beira-Alta e o Alto-Douro. E mesmo que fosse feia – que não é, é a
aldeia mais bela do mundo – foi onde nasceram a minha avó e a minha mãe e onde
considero que nasci eu, (não nasci, nasci na sede do concelho a 6km de
distância mas acharam por muito bem registar-me como vinda ao mundo naquelas
encostas).
A piada do keep calm que eu sou da Fontelonga
levou-me ao contacto e à conversa virtual com um senhor que, ainda que sendo
mais novo do que a minha mãe, a conheceu e esteve inclusive no seu casamento.
Nesse casamento sem noivo – como tantos nessa altura - porque o
meu pai estava em África. Desse dia apenas há uma fotografia meio
desfocada tirada ao fundo da rua onde moravam os meus avós e o vestido de noiva
dela. E as memórias dela. Como, teimosamente, ter casado de vestido de noiva quando toda a gente não estava à espera que o
fizesse porque achavam que não havia necessidade dada a ausência do noivo.
Existem as memórias de uma viagem para Lisboa
onde apanhou o avião para Angola. Na altura, porque era muito pequena quando
ela contava estas histórias, não tinha consciência desse passo tão grande e tão
corajoso dado pela minha mãe; pela rapariga de 23 anos que nunca havia saído da
aldeia e que, de um dia para o outro, aceitando casar com um homem que
praticamente não conhecia mas que lhe escreveu, ao que parece, cartas
convincentes se mete sozinha num avião rumo a um continente desconhecido, rumo a uma
terra tão diferente daquela que conhecia mas que logo se lhe entranhou no
coração como a raiz do velho Negrilho do adro da igreja.
Para mim a minha mãe sempre foi um ser
excepcional, um ser de força e de luz, mas ao crescer e ao tomar consciência
daquelas que devem ter sido as suas fragilidades reconheço, descubro, a mulher
para lá do seu papel de minha mãe. O que a torna ainda mais excepcional. Única.
E eu que, mais do que jeito para contar
histórias sempre fui esfomeada por as ouvir tive hoje um pequeno momento feliz
. Não somos só nós que nos lembramos da nossa mãe. Os mais próximos. Como eu
gosto de imaginar ela ainda anda por lá, povo acima povo abaixo, soltando o
riso ao vento pelas encostas da aldeia. E de vez em quando manda noticias a
dizer que está bem.
bonito :)
ResponderEliminarOlá :-) desde já queria te felicitar pelo teu fantástico blog. Sou uma leitora assídua.
ResponderEliminarJá ouvi falar em Fontelonga, contudo nunca visitei. Sou mais ou menos dessa zona também ;-)
Beijinho!
Olá! Obrigada pelas leituras. :)Quando puderes, não direi para visitares a Fontelonga - se bem que mereça... ;) - mas visita Marialva. Ficam perto. Marialva é uma das aldeias históricas de Portugal mas, claro, a paisagem é mais bela na Fontelonga. lol Mas se és da mesma zona então és de boas terras e sabes do que falo :)
EliminarBjs!
Olá :-) obrigada pela resposta.
EliminarTambém nunca visitei Marialva mas se puder, terei todo o gosto em fazê-lo.
Não sou aí mesmo da zona, sou mais propriamente de Lamego. Não sei se conheces ou se já ouviste falar ;-) ainda fica um pouco distante.
Beijinho!
Sim, conheço Lamego. Não fui lá muitas vezes mas conheço. Segundo consta a especialidade da zona são as bolas de carne... e outras... O meu avô, segundo dizia a minha mãe, costumava ir a Lamego em peregrinação. Ainda era um pouco de caminho, sim. :)
EliminarEntão e tu, tens blog?
Olá :-D pois é, as famosas bolas de carne são mesmo muitoooo boas. Se um dia passares por cá e se tiveres oportunidade, prova ;-) de certeza que vais gostar.
EliminarNão :-/ não tenho blog. Gosto mais de ler, do que propriamente escrever.
Beijinhos!
LOL! Acho que já provei uma das famosas bolas de sardinha... aqui há uns anos atrás. E as de carne são qualquer coisa mesmo. :)
EliminarE pois, está bem que gostes mais de ler. Muito se aprende lendo. :)
Olá :-) ainda bem que provaste. A minha preferida é a bola de queijo e fiambre :-P hehehe, maravilha.
EliminarSim, concordo...lendo aprende-se bastante. Por isso, nunca tive aquela vontade de criar um blog. Aprecio muito mais lendo o que vai na alma das outras pessoas :-P
Beijinho!