... e a propósito deste post
Quando me questionei pela
primeira vez sobre se não andaria a investir o meu tempo na equipa errada
descobri que os sinais tinham sido absolutamente óbvios mas que, por falta de
referências, me tinham passado ao lado.
Na altura pairava sobre as
relações – ou sobre o que com elas se asselhava
– como espectadora de mim própria, dando-me conta de que representava um
papel mais do que o vivia e que, ainda que não por culpa deles, o meu
desinteresse súbito e inexplicável na pessoa,
assim que se cumpriam os jogos de sedução, era o meu padrão de comportamento.
Reconhecendo esse
padrão assumia a existência de um
problema e reconhecia que havia algo em mim que nem por isso funcionava muito
bem. Reafirmo que a culpa não era deles. Não era. Na verdade não era culpa de
ninguém. Se tanto, apenas da minha imensa distracção.
Ao ter começado a prestar
atenção descobri um mundo novo, pleno de possibilidades; absolutamente
desconhecido e de certa forma assustador. Ali estava eu com outra consciência de
mim, a iniciar o processo de reescrever parte da minha identidade e absolutamente
ignorante.
Os blogs, na sua época áurea
– antes que o facebook tivesse “silenciado” tantas vozes - foram determinantes
na construção dessa nova identidade. Li
muito. Aprendi muito. Descobri que a minha imensa distracção não era só minha
mas de mais gente e que a coragem não chega de ânimo leve e dói.
Não considero que me tenha
descoberto tarde demais. Descobri-me na altura certa. Olhando para trás nada
nem ninguém foi tempo perdido. Tudo foi parte de um processo de aprendizagem
que me enriqueceu e permitiu que, sem violência, serenada, pudesse aceitar a
minha verdadeira natureza e pudesse olhar para ela como um previlégio.
Tudo isto teria sido um
pouco mais complicado se não tivesse existido a experiência dos outr@s para
comparar a minha e para compreender a minha. Se na experiência dos outr@s não
tivesse encontrado as referências que ao longo da vida me faltaram e se na
experiência dos outr@ não tivesse encontrado motivos para me orgulhar da minha.
E de mim.
Um pouco por conta dessa boa
experiência e muito por cansaço da informação pronta a comer - de que só se
digere 1/3 - do facebook regressei aos blogs. Aqui há mais tempo. Há mais
sentido, mais conteúdo. E mais o sentido de comunidade. É quase como regressar
a casa. E se, de alguma forma, a minha experiência, aliada à vossa experiência, puder ajudar outros no caminho da descoberta e da compreensão, então está servido o propósito da reciprocidade.
É isso :)
ResponderEliminarRevi-me muito aqui!
ResponderEliminarBeijoc@