Na vida as coisas não são nem só pretas nem só brancas.
Grosso modo são cinzentas. E uma absoluta confusão.
Kyss Mig é
isso. É um filme sobre as inesperadas confusões que a vida nos apresenta,
sobre a forma como nos posicionamos perante elas e as resolvemos e de
como as nossas decisões – ou a sua ausência - afectam, com maior ou menor
dano, todos à nossa volta.
É um filme
muito honesto e sem papas na língua. É uma história de amor “real” com que nos
podemos identificar, que não é absolutamente cor-de-rosa, que provoca mágoa e
tem as suas perdas mas também os seus ganhos.
O facto de
ser um filme gay ganha importância sobretudo porque, de todos os filmes de
temática lésbica que vi até hoje é o que se destaca na forma como a “questão” é
tratada. Não com o cunho da comédia associado, ou da tragédia, ou do falso
moralismo mas com absoluta normalidade. É um filme Sueco e creio estar tudo dito.
Para além
disso tudo, a fotografia do filme é uma personagem por direito próprio. Tão
capaz, tão bem conseguida, num registo emocional tão perfeito que elimina em
algumas cenas – e a realizadora sabia disso – a necessidade de diálogos.
Alie-se a uma boa fotografia uma excelente interpretação e temos um filme a
raiar a perfeição.
Era mesmo disto que andava à procura. :)
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