Fazer uma reserva de livros escolares obedece
a regras muitos simples. O encarregado de educação traz a lista dos livros que
precisa, preenche uma ficha onde indica qual é o nome do aluno, qual é a escola
que vai frequentar, qual o ano e quais os contactos.
Num mundo ideal, num mundo perfeito e
minimamente civilizado, todo o ser humano com crias em idade escolar saberia as
regras e procuraria cumpri-las. Não são complicadas e são muito do senso comum.
Há coisas demasiado óbvias para serem contestadas.
Mas não. Não. Claro que não. Claro que,
perante tudo aquilo que é óbvio há quem ache que, só porque sim, tem todo o
direito de reclamar ou fazer birra.
Dentro da minha cabeça dou respostas
lindas às birras dos meus clientes... e não são tão... hum... floreadas como os exemplos em baixo...
Tenho
de preencher isto? Não basta deixar a lista?
[Basta.
Temos um sistema de identificação de impressões digitais e isso é o suficiente
para depois a avisarmos de que a sua encomenda está pronta. Ah, e somos mestres
em telepatia. Também não precisa deixar o contacto.]
Mas
tenho de preencher? O ano passado não era nada assim.
[Pois, não
devia ser. O ano passado foi quando partiu as mãozinhas, não foi? Não podia
escrever, pois coitadinha...]
Ai
tenho de trazer lista? Pensei que era só dar o nome da escola e o ano...
[Sim, e
também vamos buscar as notas do seu filho e assinamos termos de responsabilidade
para visitas de estudo e zelamos pelo bem estar da amante do seu marido. E até
faríamos o jeito – porque somos uns gaj@s porreir@s - de verificar se as listas
estão publicadas no site da escola se não soubéssemos já que a escola em
questão ainda não actualizou as mesmas.
E se
perante essa justificação ainda me olha com cara de tacho e quase a dizer que a
culpa de todos os males do universo é minha tem sorte de não lhe sugerir que,
já que a escola fica ali a dois passos, o melhor é pegar no rabo e ir cumprir o
seu dever de educador]
Vocês
têm as listas, não têm?
[Neste momento
só mesmo a das compras que tenho de fazer no supermercado mas arranjo-lhe a dos
prémios Nobel]
O que é
isto do Estabelecimento de Ensino?
[Duh?!?!?
Tanto que me apetece exclamar isto, bem alto, quando são as marmanjas das crias
com Iphone e Ipod e Icarago com app para tudo e mais alguma coisa – menos para
as coisas banais da vida - a perguntar-me isso. Andam aqueles pobres pais a
gastar dinheiro em livros para quê?]
Isto já não vai lá com dicionários da Porto
Editora. Vou ver se ainda se arranja o Dicionário da Academia das Ciências de
Lisboa.
ui eu tb sou a pessoa ideal para falar dos encarregados de educação e da crise para cá ainda andam mais refinados, nunca sou ml educada mas não me comem e o pior é q estes estão a criar gerações mal preparadas para a vida e sem qq tipo de autonomia, princípios e objetivos,e nada os demove da sua forma de estar, chega a ser impressionante.
ResponderEliminarNão são todas mas, de facto, muitas pessoas acham que só tem direitos e que os deveres são só para os outros. E isso irrita. Tanto acham que só têm direitos que se demitem, como dizes, de transmitir valores e de, sobretudo, darem exemplos básicos do que é a relação com o outro ou de como estar em sociedade. E o pior é que isto é transversal a todas as camadas de sociedade e, se calhar, com mais requintes de malvadez entre os das classes mais altas.
EliminarO que vale é que por cada besta que me aparece pela frente há sempre uma mãe tímida que vem pedir os livros pela primeira vez e que não sabe bem o que fazer mas que quer fazer bem.
Como te percebo bem!
ResponderEliminarHaja paciência e respira fundo.
Abraço
Que remédio. :) Não lhes podemos bater... mas apetece tanto. lol
EliminarAbraço!